AretêSaúdeHumana. Ano 2, Vol. 2 Abril/Maio/Junho 2014,Série 14/05 , p.04
ENSAIO
Ontologia e a morte: uma reflexão inicial
Gabriela Costa
Iara Pereira Góis
Marcílio Ribeiro
“O homem morre tantas vezes quantas
vezes perde os seus”
Públio Siro. (85 a.C. - 43 a.C.), escritor latino da Roma antiga.
Sabemos que vamos morrer, só não
queremos aceitar. Vivemos em uma sociedade onde buscamos esconder e fugir da
morte, mesmo conscientes de sua presença inconteste na vida.
A morte representa o fim de um
ciclo, ou seja, o fim do ser físico apartando-nos do mundo material, mas a
morte não é uma perda, mas sim um ganho, pois, o Ser ultrapassa o limite humano
desta existência findável para ter um encontro como o infinito. (MARTINS, 2007).
A fé religiosa ou a espiritualidade de cada um pode ajudar-nos a lidar com a
morte com maior tranquilidade. No entanto a morte ainda é um mistério que está
além de nossa compreensão religiosa e científica, já que não há evidências
incontestáveis sobre o que acontece com o Ser ao morrer e depois da morte. Sabendo
que somos seres mortais, devemos buscar ampliar o aprendizado sobre o VIVER.
Quando se aprende mais sobre viver, aprende-se mais sobre saber morrer. Tomando
consciência de nossa finitude podemos melhor aproveitar nosso presente de vida.
Como futuros enfermeiros, concluímos que não se pode perder a sensibilidade
diante da morte de pessoas humanas e a dor de seus familiares e pessoas
significativas, todavia a despeito da dor emocional o cuidar não pode ser
comprometido tanto ao paciente e seus familiares, bem como a nós profissionais.
É importante que os serviços de saúde dirijam atenção também à esta questão
para que possam discutir as ações e reações dos profissionais diante da morte e
do morrer para que assim possam propiciar aos pacientes, a si e a equipe
condições positivas de vivenciar este momento, para que mesmo morrendo um pouco
com cada Ser que morre diante de nós, ainda assim possamos viver uma vida mais significativa
em prol da realização humana.
Bibliografia:
MARTINS, A.A. Consciência de finitude, sofrimento e
espiritualidade. O MUNDO DA SAÚDE São Paulo: 2007: abr/jun 31(2):174-178.
[i] Alunos
da 1ª série da Faculdade de Enfermagem das Faculdades Oswaldo Cruz.
[ii]
Professor titular da disciplina Desenvolvimento do Ser I. Faculdade de
Enfermagem – Faculdades Oswaldo Cruz