ARETÊ SAÚDE HUMANA, Ano 3, Vol.3,. Abril/maio/Junho 2015, Série19/05, p.12
Prostituição Feminina: quem come quem?
Prostituição Feminina: quem come quem?
Antônio Marcolino do
Nascimento[1]
1 - INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi desenvolvido tendo como base a
seleção de algumas falas e cenas do filme “ELLES” (2011) em que uma jornalista
de uma grande revista voltada para o público feminino, Anne (Juliette Binoche)
trabalha em uma matéria sobre a prostituição estudantil. Ela consegue os
depoimentos de duas estudantes de Paris, Alicja (Joannna Kulig) e Charlotte
(Anaïs Demoustier), que abrem suas vidas sem pudor ou vergonha. Tais confissões
acabam ecoando no dia a dia de Anne e interferindo em seus relacionamentos pessoais.
Para o desenvolvimento do
trabalho foram selecionadas algumas frases das três personagens principais e a
partir delas foi proposto um exercício de reflexão psicanalítica no sentido de
discutir o gozo no contexto da prostituição feminina presente supostamente em
algumas cenas do filme.
2 - DESENVOLVIMENTO
As prostitutas entrevistadas
por Anne no filme “Elles” têm questões financeiras semelhantes: Charlotte mora
só. Seus pais moram em um prédio na periferia de Paris, em um bairro de classe
média, equivalentemente aos padrões brasileiros. Alicja é polonesa e veio à
Paris para estudar. A sua chegada à cidade é tumultuada, sobretudo pela falta
de dinheiro e moradia. Assim a estudante começa a se prostituir em “troca” de
um lugar para morar.
Em um parque, Charlotte
conta a Anne como ela começou na prostituição, segundo ela, o trabalho como
babá e em lanchonetes era “mortal”, ganhava muito pouco diante do serviço que
fazia. Esporadicamente, tinha que retornar a estas atividades para “justificar”
o dinheiro que ganhava frente ao namorado e a família.
(Charlotte) Eu não sei. É como o cigano. É difícil parar.
Entre se arrebentar ou ter algo melhor...Ter mais dinheiro que quando se é
estudante
(Anne) O que é importante distingui-se. Não é fácil
(Charlotte prossegue) É mais algo que você já teve por muito tempo as
pessoas se acostumam a ter dinheiro
Quando Anne vai à casa de
Alicja para entrevistá-la há uma recusa inicial para receber a jornalista.
Alicja bate a porta em sua cara, mas acaba por recebê-la posteriormente.
Sentada à sala e ainda muito arisca, a prostituta resolve pouco a pouco
responder às perguntas que Anne lhe faz.
(Anne): Você... acha
que faz isso só por dinheiro? [Alicja se esquiva da pergunta levanta-se do
sofá e oferece uma bebida para Anne].
(Alicja) Belos
sapatos, são caros?
(Anne) Sim são caros
A maneira de Alicja
responder à Anne vai tomando outros contornos à medida que ela se sente mais a
vontade com a jornalista, entretanto ainda tem ares de hostilidade. Nesta cena
há um esboço da posição da prostituta frente aos clientes e vice versa. O
depoimento de Alicja em relação a isso:
Anne) Com que
tipos de homens você se encontra? Que tipo de clientela?
(Alicja) Maridos
entediados. Satisfeita?
(Alicja) Coisas que
já mais fariam com as esposas. Simples.
(Anne) Você não
acha isso humilhante?
(Alicja) Não.... A forma com que ele me olhava
deixava-me excitada. Você não gosta disso?
O depoimento de Charlote:
(Charlotte) Na primeira
vez fiquei com medo. Pensei que. [pausa] Pensava que ia ser comida pelo um
deserto. E na verdade não é assim. Eles...Contam sobre a vida deles. Sobre trabalho. Das esposas.
Isso eu não gosto muito. Mas principalmente sobre trabalho. Não é estranho.
Adoram falar disso. Mas sou estudante, então...[pausa]
(Anne) Mas como são
esses homens? Eles tem um...perfil psicológico particular? São problemáticos?
(Charlotte) Não de jeito
nenhum, Eles são...perfeitamente normais. Não é nada o que se pensa por aí. Não
são más pessoas
(Anne) Então, é
como se fosse outra relação qualquer?
(Charlotte) Não, isso não, porque..Eles têm quase a
mesma idade de meu pai [pausa]
A relação entre prostituta e
clientela também é relatada em outra cena por Charlotte, neste relato a posição
que a profissional toma é dúbia: ativa e passiva ao mesmo tempo:
(Charlotte) É sexo sim,
sexo normal. Faço exatamente igual com meu namorado. Mas com o cliente sou eu
quem dirige.
(Anne) Então é você
quem decide tudo?
(Charlotte) É.
(Charlotte) E
também...Tem coisas que eu não faço.
(Anne) Do tipo por
exemplo.
(Charlotte) Sodomia. Com
os clientes não gosto. Então não faço.
(Charlotte) E também...[pensa] Gostam de
dizer coisas sujas. Como... “Gostou do meu cacete”, “Toma essa, minha putinha.”
Ainda dentro do contexto da
posição da prostituta em relação aos clientes: momentos em que o não responder
já é resposta: Anne faz perguntas sem respostas (Supostamente para alicjia).
(Anne) Gosta quando
tocam seus seios?
(Anne) Gosta de
fazer felação? Prefere felação?
(Anne) Tem a
impressão de dominar ou de ser dominada?
(Anne) Prefere
dominar?
(Anne) Não quer
responder?
(Anne) Tem uma sensação de poder?Não consigo
entender muito bem.
A vivência anterior à
prostituição é resgatada esporadicamente, há coisas que a prostituição e seus
ganhos não dão conta de apagá-las.
(Charlotte) Sabe, ainda
acho que carrego o mau cheiro disso
(Anne) É eu sei,
deve ter sido terrível...Experiências terríveis
(Charlotte) Não falo
disso
(Charlotte) Não, eu...
falo de algo muito pior que uma chupada
(Anne) Desculpe
então. Não compreendi
(Charlotte) Você sabe
muito bem. Aquele cheiro de conjunto habitacional, não sei dizer. O fedor de
esgoto os apartamentos com falso conforto. Posso ler Flaubert como todo mundo,
ou Proust e estudar, mas isso não muda o que eu sou. Percebo muito bem que
jamais serei como você. Que não sou...(emociona-se, chora) Não estou falando
contra você.
(Anne) Não, é claro. Entendi perfeitamente.
Chama a atenção a cena em
que Charlotte e cliente estão no banheiro, frente ao espelho, ele bebe vinho
(supostamente Champanha) na boca da garrafa...transfere o conteúdo de sua boca
para a boca da Charlotte, abraça-a por
trás e diz:
(Cliente)
Oh, minha putinha. [Charlote sorri]
(Cliente) Ela quer ser
trepada. [Ele retira a sua calcinha e supostamente a penetra]
(Cliente) Ria. Ria.
[repete]... [Os dois se beijam]
(Cliente) Mais forte,
anda. Mais forte. Mais forte. Mais, mais [repete] Aperte forte. [Ele agarra
seus cabelos]... [Gemidos e risos de Charlotte]
(Cliente) Aperte forte
para abrir o negocinho... [pausa] no cu. [ambos riem]
(Cliente) Ai, vai,
mais forte, mais forte. [O cliente pega a garrafa]
(Cliente) Vai puta,
mais forte. Ai, puta. Mais forte. [Segurando os seus cabelos com uma das mãos,
pega garrafa na pia do banheiro com a outra, direciona a garrafa em direção a
Charlote, supostamente no ânus ou vagina]
(Cliente) Diga...Entrei!
Charlotte mescla riso e dor
(Cliente) É estou dentro. Toma. [Charlotte começa a
chorar e gritar pondo as mãos sobre o rosto ... a fisionomia dos dois é de gozo
extremo].
A história da prostituição
perdeu-se na poeira do tempo porque é tão antiga quanto a história da
humanidade, onde nenhuma civilização escapou à sua convivência e nenhum berço
foi respeitado (TORRES, G. V; DAVIM, R. M. B; COSTA, T. N.A., 1999, p.9-10).
Para entender à prostituição é preciso, antes de tudo, transformar as
prostitutas naquilo que de fato são: mulheres singulares, com vivências
heterogêneas, que como grupo, têm em comum a experiência da troca explicita e
reconhecida do sexo pelo dinheiro. (RUSSO, C; 2007, p.502).
Grosso modo, a entrada de
Charlotte e Alicja na prostituição se deu por razões financeiras em busca de
melhores condições de vida, mas seria possível explicar a entrada na
prostituição unicamente pelo viés financeiro? Quais seriam os fatores responsáveis
pela “escolha” desta profissão? Falta de informação? Acidente da vida? Falta de
opção? Uma mistura disso tudo? Hipotizar a entrada na prostituição pela via
financeira seria um modo simplista de encarar este assunto. Considerando a
singularidade do sujeito, deve existir uma razão a mais que leve alguns
indivíduos, com dificuldades econômicas a optarem por este caminho, e outros
seguirem caminhos distintos. Independente das inúmeras razões possíveis, um
fato parece estar presente na maioria das relações entre a prostituta e o
cliente: o gozo.
O gozo é percebido por uma
atividade pulsional repetitiva e sem utilidade aparente e que insiste. Tal
repetição, atrelada à linguagem, não tem nada a ver com automatismos biológicos
(CAMPANARIO, I. S. e PINTO, J. M; 2011, p.59). Segundo estes autores, Freud
teceu algumas considerações acerca deste prazer desprazeroso, mas o conceito de
gozo foi muito bem desenvolvido posteriormente pelo ensino de Lacan. Há
diferentes modalidades de gozo dentre os quais: o do vivo, o do Outro e o
fálico. O gozo do Outro aparece nos primórdios de vida do bebê, para retirá-lo do
gozo do vivo. O bebê que vai se constituir normalmente, se oferece à pulsão
sexual oral do Outro, quando se oferece para ser “comido” de brincadeira pela
mãe.
Na relação entre cliente e
prostituta, poderia ser questionado o que cada um destes atores pensariam obter
para si? Não seria óbvio pensar que a primeira queira apenas o dinheiro do
cliente o último o prazer proporcionado pelo corpo dela? FREUD, 1917/2006 reportou que [...] parece que nos
produtos do inconsciente [...] os conceitos de fezes (dinheiro, dádiva), bebê e
pênis mal se distinguem um do outro e são facilmente intercambiáveis. Sendo
assim, é possível ampliar o querer de prostituta e cliente. Em relação à prostituta,
Estaria ela interessada em que do cliente? O dinheiro? O pênis? O bebê?
De acordo com Magdaleno
junior, Ronis (2009, p.89) Freud formulava para si a questão que tenta
determinar um anseio especificamente feminino, nos seguintes termos: Was will
das Weib? (“O que quer a mulher?”). O autor ressalta que Freud fez da inveja do
pênis o rochedo incontornável no fim da análise das mulheres, e buscou, com
esse elemento do complexo de castração, responder à questão da constituição do
feminino e daquilo que seria específico do anseio feminino. Para Freud, a
hipótese do desejo da menina de ter um pênis o obseda e condiciona sua visão em
direção a esse ponto de fuga e de atração: a mulher quer ter um pênis, e
somente aceitando a impossibilidade desse anseio pode deslizar para o desejo de
ter um filho, que preencha substitutivamente o lugar do pênis para sempre
perdido. Mas, sem dúvida, esse ponto de chegada jamais contentou o espírito
crítico e observador, agudamente observador, de Freud, e a questão do anseio feminino
e sua constituição continuou a reverberar em seu gênio.
No campo da prostituição o
dinheiro apresenta um papel de destaque e merece uma leitura diferenciada. Os
aspectos simbólicos do dinheiro, neste sentido, variam desde o pênis como o
eterno objeto do desejo da mulher até o poder que os dois representam.
Segundo Belo, F.R.R. e
Marzagão, L.R. (2006, p 112) o dinheiro tem a capacidade de ser um curinga
universal, de ser um conversor absoluto; aquele que pode se transformar em
qualquer objeto.
No filme “Elles” as duas
prostitutas acreditam que o dinheiro obtido com a prostituição, poderá ser
transformado em objetos como apartamento, roupas, sapatos, todos
coincidentemente fálicos.
No âmbito da mercantilização
que tem lugar na prostituição, trocam-se valores diferenciados: sexo por
dinheiro, satisfação sexual por liberdade de ter o que se quer, dentre outros.
O corpo e o prazer por ele prometido são transformados em mercadorias. (RUSSO,
C; 2007, p.498-499). Este contexto é corroborado por um estudo realizado na
cidade de Goiânia, por Lopes, C.S; Rabelo, I. V. M.; Pimenta, R. P. B. (2007,
p.72-74) entre profissionais do sexo que atendem à classe média alta e alta. No
discurso de algumas entrevistadas o dinheiro ganho na prostituição possibilita a
aquisição de respeito, amigos, família e tudo que necessitam para viver
dignamente. Uma das entrevistadas estabelece relação entre respeito, uso de
óculos Chanel e bolsa Louis Vuitton. O discurso é ampliado ao dizerem que só
atendem “gente da alta, jornalista, deputado, senador, só quem paga bem”. As
entrevistadas continuam: “pobre não tem dinheiro para pagar o meu preço”. A
fala das entrevistadas ressalta o que já havia sido comentado anteriormente:
não basta apenas ter o pênis; é necessário ter, além disso, poder, fama riqueza
e, em outras palavras, ser altamente fálico.
Em relação ao cliente, seria
interessante pensar aqui, que o interesse dele não está apenas na satisfação do
desejo sexual, per si, mas na
fantasia de realizar-se como homem, oferecendo seu falo, nos seus diversos
aspectos simbólicos, transformando-se em um Ser poderoso em relação à
prostituta que o tanto quer.
“Caçar” e “comer” são
expressões populares freqüentes em algumas cidades brasileiras e correspondem à
dicotomia ativo/passivo atrelada à masculinidade/feminilidade. O Sujeito da
ação caçador e comedor é masculino, a presa feminina (OLIVAR, J. M. ,2011,
p.94). Entretanto, na perspectiva das mulheres prostitutas, ainda que na
maioria das vezes “comer” seja uma ação do sujeito masculino “caçar” para elas
transforma-se em um bem agregado. Passam a ser caçadoras, pois se investem
convertem seus corpos em verdadeiros objetos de “batalha”. Neste sentido os
autores complementam: É nessa imagem fundida e inebriante, nada ambígua nem
paradoxal, de caçadora e presa desejada, de guerreira vencida e vagina dentada que se estabelece seu
poder na relação. No filme esta prática fica evidenciada na fala de Charlotte
ao dizer que com o cliente é ela quem domina. Em adição, o filme se inicia com
uma suposta prostituta fazendo felação em um cliente. Esta prática é
visualizada em outras cenas do filme. Vale lembrar que na felação quem executa
é o ativo, neste caso a prostituta, e quem a recebe é o passivo, o cliente.
Embora Charlotte tenha dito que não goste de sodomia, a mesma se submete à
penetração com uma garrafa. No final da cena, a prostituta e o cliente
demonstram êxtase e pleno gozo
Roudinesco e Plon, citados
por Ribeiro, M.M.C. (2010, p. 61) afirmam que o gozo se sustenta pela
obediência do sujeito a uma ordem, quaisquer que sejam sua forma e seu
conteúdo, que o conduz, abandonando o que acontece com seu desejo, a se
destruir na submissão ao Outro.
Ribeiro, M.M.C. (2010, p.
61) reporta que o corpo como depositário de fantasias inconscientes, torna-se a
contingência para a impressão de marcas sobre ele, que o transforma e o leva ao
limite da dor. O indivíduo tenta pela modificação traumática deliberada da
imagem corporal, através de práticas agressivas ao corpo, estabelecer-se como
sujeito, já perdido de si mesmo em submissão ao desejo do Outro. A autora
acrescenta que o sadismo, masoquismo, sadomasoquismo: é uma apresentação da vida
pulsional baseada na simetria e na reciprocidade entre um sofrimento
passivamente vivido e um sofrimento ativamente infligido. Um espelho invertido?
O Outro ou o próprio Eu é tomado como objeto onde o gozo é vivido no corpo sem
limites, escapando a qualquer simbolização. Na cena da garrafa citada
anteriormente, quem será o objeto de gozo? Charlotte ou o cliente?
A relação entre gozo,
prostituição e cliente é vasta e vai além dos objetivos deste trabalho. Há
inúmeras questões, relacionadas à prostituição e gozo que não foram retratadas
no filme e, portanto, não foram discutidas neste trabalho, mas que suscitam
reflexões futuras. Neste sentido inclui-se a prostituição feminina homossexual,
a de mulheres idosas, comum em grandes centros urbanos, como no Parque da Luz e
na Praça da Sé em São Paulo, a prostituição infantil, a prostituição masculina
homo e heterossexual, em expansão de homens com travestis etc. Em muitos
aspectos, estas modalidades apresentam características semelhantes à prostituição
feminina destacada neste trabalho, no entanto possuem outros matizes. Outro
aspecto comum à prostituição e gozo é a tendência à drogadição, muito
recorrente neste meio e que também mereceria reflexões em trabalhos futuros.
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na relação entre prostituta
e cliente, o falo circula entre os dois. Por inferência, a primeira ao se
prostituir tem a fantasia de obter do segundo, de maneira parasitária e
antropofágica o que ele tem para lhe oferecer, o falo travestido em todos os seus significados: seu corpo, comida,
roupas de grife, dinheiro, poder, status,
carro, apartamento etc. Em contra partida o cliente tem a fantasia de que ao se
apossar da prostituta vai afirmar-se como o macho, aquele que domina e paga a
profissional para satisfazer supostamente o seu prazer, que seria fazer com ela
o que não é permitido com a esposa, a “mulher direita”, que ele tem em casa. No
final do programa, o imaginado fica na ordem do impossível, da fantasia. O que
era prazer para cliente e prostituta aparece como gozo. Um imenso vazio. O
cliente depara-se com sua realidade, retorna ao lar, à esposa, à fraqueza e
incompletude inerentes do Ser. O olhar feminino desta situação fica explicitado
no depoimento de Charlotte que descreve as lembranças olfativas que a remetem a
um passado que não pode ser apagado pelas aquisições provenientes do dinheiro
obtido com a prostituição. Da constatação de que mesmo sendo estudante, lendo
bons livros e tendo dinheiro jamais será igual à esposa, a “mulher direita”
representada ali por Anne. Desta forma, é possível pensar ser este também o
motivo pelo qual Alicja tem um comportamento tão arisco ao receber Anne
inicialmente em seu apartamento. Sou mulher, tenho dinheiro, mas jamais serei
igual a ela, esposa, “mulher direita”, na sua fantasia a detentora principal do
falo. O que ela tem de diferente de mim?
A relação entre gozo,
prostituição e cliente é vasta e vai além dos objetivos deste trabalho, mas suscitam
reflexões em trabalhos futuros como a relação gozosa na prostituição infantil,
em ambos os sexos, prostituição feminina homossexual, prostituição exercida por
mulheres idosas, prostituição masculina homo e heterossexual, em expansão de
homens que transam com travestis e, sobretudo a drogadição, muito presente
neste meio.
4 –
REFERÊNCIAS
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em: 15/10/2015.
[1]
Psicanalista e Professor da
Disciplina Desenvolvimento do Ser II do Curso de Enfermagem das Faculdades
Oswaldo Cruz em São Paulo SP. amnascim@uol.com.br